27/02/2010

Um “diálogo” ilustrativo com a Rede Globo (do ICARABE)


José Arbex Jr.

“Novela das oito” da Rede Globo (“Viver a vida”): a cena se passa na Jordânia. É uma conversa entre duas moças que, no enredo, são modelos profissionais. Uma das personagens diz que vai sair para passear. A outra alerta, com evidente preocupação, sobre os perigos de uma caminhada solitária no local em que se encontram. Mas é imediatamente tranquilizada pela primeira personagem, que pondera: a Jordânia "é o país mais ocidentalizado da região." Logo, sair por aí, à noite, não oferece tanto risco assim. Provavelmente a coisa seria bem diferente se a Jordânia fosse, digamos, um pouco menos “ocidental”, ou, o que dá no mesmo, um pouco mais “árabe”. Já imaginaram o perigo?

O diálogo provocou uma troca de e-mails entre a diretoria do Instituto de Cultura Árabe (ICArabe) e os responsáveis pelo setor de teledramaturgia da Rede Globo. Reproduzimos, abaixo, alguns trechos dessa troca, por ilustrar, de modo bastante didático e autoexplicativo, a maneira pela qual os “donos da mídia” encaram o exercício da liberdade de expressão e sua responsabilidade específica como divulgadores de informação, arte e cultura.

A primeira mensagem foi enviada pela diretoria do ICArabe em 13 de novembro de 2009:

“(...) Estranhamos muito o fato .......  leia a matéria completa no  ICARABE


24/02/2010

Nova denúncia da Folha é desmentida pelo Estadão (dá para acreditar nesses jornais?)

Nova denúncia da Folha é desmentida pelo Estadão - Carta Maior
Nova denúncia da Folha é desmentida pelo Estadão

Na terça-feira, matéria de Márcio Aith, na Folha de São Paulo, denunciou que a decisão do governo de recuperar a rede de fibras óticas da Eletronet - massa falida administrada pela Justiça do Rio - permitiria a Nelson Santos, ex-acionista, receber R$ 200 milhões. E relacionava essa operação com a consultoria que lhe foi prestada por José Dirceu. Os fatos foram amplamente desmentidos no decorrer do dia. Matéria do Estadão acabou expondo o factóide. O blog do Nasif conta essa história.


Parece que a mídia não toma jeito.

Eletronet: a denúncia não se sustenta | Luis Nassif

Não estou conseguindo entender a matéria da Folha sobre a Eletronet. Os dados não batem com o que está acontecendo. O repórter Márcio Aith – que se tornou especialista em missões especiais – definiu uma tese e escondeu informações essenciais que a desmentiam. Mais uma jogada em que se misturam informações técnicas incompletas com conclusões que não se sustentam nos fatos.

A história é a seguinte.

Lá atrás, criou-se a Lightpar, para permitir investimentos em redes de fibras óticas. Montou-se a rede, a empresa não deu certo e faliu.

A partir dali, criou-se um imbróglio.

A AES repassou para o tal Nelson sua parte na Lightpar – equivalente a 51% das ações de uma empresa com capital negativo (tinha mais dívidas que ativos). A Eletrobras tem outros 49%.

Acontece que a Eletronet é uma concessão pública. Decretada sua falência, a Eletrobras retomou a rede de fibras óticas, sem pagar nada por ela. Simplesmente cassando a concessão. É uma confusão porque entram Aneel (que regula o setor elétrico) e Anatel (que regula as telecomunicações). Mas a intenção clara da ação do governo foi tomar a empresa sem pagar nada aos demais acionistas.

O problema ocorreu com os credores, fornecedores das fibras óticas – Furukawa e Lucent – que têm R$ 800 milhões a receber. E querem saber como o governo, depois de retomar a empresa, vai fazer para quitar as dívidas. Essa ação corre na Justiça. A rigor, nesse imbróglio jurídico, não há o menor espaço para nenhuma espécie de pagamento ao tal Nelson, que não é credor de nada, apenas sócio de uma massa falida.

Aith é um repórter complicado. Desde que passou pela Veja, algo se quebrou no seu rigor de repórter.

Por exemplo, no texto ele fala em pagamento de R$ 200 milhões ao Nelson. Se a Eletrobras já retomou a empresa sem pagar um tostão, de onde ele tirou a história do pagamento de R$ 200 milhões?

No texto da matéria, tudo o que se tem é isso:

Com a reativação da Telebrás, Santos poderá sair do negócio com cerca de R$ 200 milhões.

Não diz quem vai pagar, de que forma, a troco de quê. Não informa que a Eletrobras já retomou as fibras óticas da empresa e vai tocar o projeto sem nenhum sócio privado. Esconde dados.

Pode ser que Aith tenha alguma informação adicional. Mas quem tem, publica. Se não publica, é porque inventou ou não apurou devidamente.

Outro ponto colocado é a questão da caução judicial. Para retomar a empresa, os credores (não o Nelson, que é devedor) exigiram uma caução, que garantisse o pagamento das dívidas. O governo tentou colocar títulos. O juiz não aceitou. Está se discutindo agora a caução em dinheiro. Só que a caução é para garantir os direitos dos credores de uma massa falida, não dos acionistas.

O que diz o Aith?  Leia aqui




10/02/2010

Direita midiática conspira em São Paulo


No dia 1º de março, no Hotel Golden Tulip, na capital paulista, as estrelas da direita midiática estarão reunidas num seminário cinicamente batizado de “1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão”. Não faltarão críticas a Conferência Nacional de Comunicação, sabotada pelos donos da mídia, e às idéias democratizantes do Plano Nacional de Direitos Humanos. O presidente Lula ficará com a sua orelha ardendo. Será rotulado de autoritário, populista e de outros adjetivos. O evento tentará unificar o discurso da mídia hegemônica para a disputa presidencial de 2010.
Os inscritos que desembolsarem R$ 500 poderão ouvir as opiniões de famosos reacionários sobre as “ameaças à democracia no Brasil” e as “restrições à liberdade de expressão”. Marcel Granier, dono da golpista e corrupta RCTV, que teve sua outorga cassada pelo governo venezuelano, fará a palestra de encerramento. A lista de palestristas convidados causa náuseas: o fascistóide Denis Rosenfield, o racista Demétrio Magnoli, o pitbul Reinaldo Azevedo, o bravateiro Arnaldo Jabor, o líder da seita xiita Opus Dei, Alberto Di Franco, além de vários comentaristas da TV Globo.

O sinistro Instituto Millenium

O evento, que tem o apoio da Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (Abert) e da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), é uma . . .

Leia a íntegra no Blog do Miro


07/02/2010

Artigo do Prof. Wanderley G dos Santos na Carta Capital, via Paulo Henrique Amorim

Prof. Wanderley de terno preto

O professor Wanderley Guilherme dos Santos publica na Carta Capital desta semana artigo magistral.
A tese central é “decida Serra o que decidir, o PSDB e seus aliados sairão perdedores”.

E a oposição vai para o Golpe.

“Aos poucos, as pesquisas eleitorais conduzirão o candidato a candidato (Serra) a seu devido lugar”.

E aí reside o perigo, segundo Wanderley.

“A súbita consciência de que a excitação em torno do governador de São Paulo não corresponde à opinião pública nacional pode empurrar os admiradores de Serra, sobretudo os ex-esquerdistas, ao extremismo institucional. Gosto para isso não lhes falta, há muito.”

“O sucesso do governo Lula, não seu antecipado fracasso, é o que faz com que a intensidade oposicionista aumente exponencialmente.”

“Justificar o fracasso como consequência de atos ilegítimos do governo é tradição antiga entre nós.”

“ … o mais provável é que a oposição acuse o governo de sufocá-la e de fraudar o processo competitivo. As solicitações ao Judiciário e as insinuações de ‘chavismo’ se multiplicarão. As manchetes se tornarão assustadoras em busca dos milhões de ‘Reginas Duartes’ que compensem a ausência de votos na urnas. Outra oportunidade para que se manifeste o poder desestabilizador dos meios de comunicação.”

Leia + Conversa Afiada



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