27/07/2010

Dois dos vultos mais emblemáticos da resistência tanto à ditadura dos generais quanto à getulista....

Repercuto este texto, por achá-lo conveniente ao momento. Muitos, por má fé ou por desconhecimento, chamam certos personagens de terroristas, sem se preocuparem com os motivos que levaram à tanta luta e sacrifícios. Essa matéria foi extraída do Portal CMI Brasil - Centro de Mídia Independente. Link ao final.

Lula exalta Marighella e Bezerra, heróis da luta contra duas ditaduras
Por Celso Lungaretti  27/07/2010 às 23:40

Dois dos vultos mais emblemáticos da resistência tanto à ditadura dos generais quanto à getulista....

Carlos Marighella e Gregório Bezerra, foram reverenciados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que os colocou no mesmo patamar de Tiradentes, Joana Angélica, Gregório de Matos, Maria Quitéria e Zumbi dos Palmares, como heróis brasileiros que ajudaram o País a conquistar sua independência.

Discursando na passada 5ª feira (22) em Salvador, onde recebeu a Grã-Cruz da Ordem dos Libertadores da Bahia, Lula disse que muitos heróis nacionais foram esquecidos ou apresentados como bandidos: "Isso é um equívoco histórico que foi incutido na nossa cabeça pela doutrina da elite dominante?.

Daí a necessidade, frisou Lula, de resgatar suas histórias e lutas, reconhecendo o que fizeram pelo País e o povo. E acrescentou:

?Nós ficamos às vezes martelando muito mais no castigo a quem matou do que em enaltecer a imagem das pessoas que morreram acreditando numa coisa.

"Vamos pegar por exemplo o Gregório Bezerra que foi arrastado pelas ruas de Recife. Ao invés de nós ficarmos querendo saber quem arrastou Gregório Bezerra, nós precisamos valorizar o significado do sacrifício a que ele foi submetido.

"Poderíamos pegar Marighella que é aqui desta terra. Ao invés da gente ficar querendo condenar eternamente o [seu assassino, delegado Sérgio] Fleury, vamos valorizar as razões pelas quais Marighella fez o que fez.

"E assim a gente iria construindo mais heróis neste País. Iríamos construindo mais gente que pudesse servir de exemplo".

MARIGHELLA: "COMPROMISSO INABALÁVEL COM AS LUTAS DO NOSSO POVO"

Filho de imigrante italiano e de uma negra baiana, Carlos Marighella (1911-1969) ingressou jovem no PCB e já em 1932 era detido por protestar contra o interventor da ditadura getulista na Bahia, Juracy Magalhães.

Foi atuar como organizador do partido no RJ e novamente preso em 1936, quando a polícia política de Filinto Muller o torturou bestialmente.

Incluído na anistia de 1945, elegeu-se deputado em 1946, foi cassado em 1948 e se tornou, na clandestinidade, um dos principais dirigentes do PCB. Preso novamente em 1964, conseguiu reconquistar a liberdade por decisão judicial, em 1965.

Convertido às teses guerrilheiras, organizou a ALN e participou de ações armadas como o sequestro do embaixador dos EUA, Charles Elbrick, que resultou na libertação de 15 presos políticos.

Para evocar Carlos Marighella, nada melhor do que os parágrafos iniciais do manifesto divulgado quando do 40º aniversário de sua morte, sete meses atrás:

"Carlos Marighella tombou na noite de 4 de novembro de 1969, em São Paulo, numa emboscada chefiada pelo mais notório torturador do regime militar. Revolucionário destemido, morreu lutando pela democracia, pela soberania nacional e pela justiça social.

"Da juventude rebelde, como estudante de Engenharia, em Salvador, às brutais torturas sofridas nos cárceres do Estado Novo; da militância partidária disciplinada, às poesias exaltando a liberdade; da firme intervenção parlamentar como deputado comunista na Constituinte de 1946, à convocação para a resistência armada, toda a sua vida esteve pautada por um compromisso inabalável com as lutas do nosso povo".

GREGÓRIO BEZERRA, EXIBIDO COMO TROFÉU E TORTURADO EM PRAÇA PÚBLICA

Gregório Bezerra (1900-1983) foi uma lenda viva no seu tempo.

Nascido no Agreste pernambucano, começou a trabalhar na lavoura de cana com a idade de quatro anos, perdeu os pais antes dos dez, migrou para o Recife, trabalhou como carregador de bagagens e ajudante de obras, paupérrimo a ponto de dormir nas catacumbas de um cemitério.

Já em 1917, como jornaleiro, participou de manifestações de apoio à Revolução Bolchevique e de greves por direitos trabalhistas, sendo condenado a cinco anos de prisão.

Depois ingressou no Exército, alfabetizou-se e, já como militante comunista, liderou em Recife a chamada Intentona de 1935, que lhe acarretou uma sentença de 28 anos de prisão.

Anistiado ao final da ditadura getulista, elegeu-se como o deputado constituinte de maior votação em Pernambuco. Teve seu mandato cassado em 1948 e passou nove anos na clandestinidade, organizando núcleos sindicais.

Preso imediatamente após o golpe de 1964, foi não só torturado em Recife, como arrastado em praça pública com uma corda no pescoço; além disto, colocaram seus pés em solução de bateria de carro, deixando-os em carne viva. Tal espetáculo, exibido pelas televisões locais, provocou protestos em escala mundial.

Permaneceu prisioneiro até 1969, quando foi resgatado no sequestro do embaixador estadunidense. Voltou ao Brasil em 1979, com a anistia.

É frequentemente comparado a Nelson Mandella, pelo longo tempo de prisão por motivos políticos: 22 anos, cinco a menos do que o grande líder africano.

Centro de Mídia Independente - CMI


23/07/2010

Lênin não morreu, viva a contra-revolução humana!


                                                                                                                                  Escrito por ARNOBIO ROCHA

Debatendo bobagens e coisas sérias, trocando idéias e impressões do mundo no twitter muitas coisas hoje proporcionou, inclusive a elaboração desta pequena reflexão sobre as eleições seus personagens, alguns cômicos outros francamente trágicos.

Logo cedo vi a incrível e caricata entrevista do Vice do Serra, ali ao seu lado e fiquei imaginando como se sente Serra naquele instante? Apenas 46 anos atrás ele era Presidente da UNE fez um famoso discurso no centro do Rio de Janeiro,em 13 de março de 1964, que a Direita raivosa usou como desculpa para o golpe.

Ali no mesmo RJ ao seu lado um representante da juventude neo fascista, Lacerdista, mas sem a inteligência e a verve daquele, será que não passou um filme na cabeça do Serra? De presidente da UNE que defendia o Governo Jango, pelas reformas de bases à ladear a TFP revivida, que trajetória.

Talvez o jovem Da Costa tenha tido a coragem, e o mérito, de dizer tudo aquilo que o Velho Serra não teve a hombridade de fazê-lo, aquele discurso rancoroso, típico da Direita mais abjeta, de ver comunista em cada rosto, agora com novo nome (Petistas), da frase “inocente” trololó Petistas , de lembrar o terror, o medo, que sempre caracteriza às classes dominantes nestes momentos. Será que não sobrou uma réstia de decência para interromper as palavras tão loucas e fora de época? Parece que não, sem constrangimento, sem contragosto, apenas o desconforto de ver-se refém da velha UDN, daqueles mesmos que lhe impuseram o exílio, que atrasaram o Brasil por tantos séculos e teimam em voltar.

Quero agradecer ao Serra por ter nos dado um Vice saído direto do túnel do tempo, naquele tempo em que”comunista (não padre) comia criancinha” Esta campanha seria muito modorrenta se não fosse o Vice “guerra-fria” do Serra. Voltamos ao tempo do Medo, da insegurança da ameaça COMUNISTA. Senti-me pré-muro de Berlim, aquele clima, os vermelhos chegando, ouro de Moscou,que adrenalina,obrigado Serra e seu vice fiquei tão empolgado que só ando agora com Manifesto Comunista no netbook. Inclusive voltei a usar codinome, reuniões secretas. a paisagem do “Adeus,Lênin” foi recriada pelo Vice do Serra,agora sim voltamos a viver perigosamente..brasa..mora..valeu bicho.

Duas figuras que se fundem tragicamente Serra e seu Vice. Resta-nos apenas lamentar e tirar algum humor disto tudo.

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